Estudo Dirigido
1. Em que Sigmund Freud desmente as crenças racionalistas modernas?
Sigmund Freud (1856-1939), fundador da psicanálise, desmente as crenças racionalistas de que a consciência humana é o centro das decisões e do controle dos desejos, ao levantar a hipótese do inconsciente. Diante das forças conflitantes das pulsões, o indivíduo reage, mas desconhece os determinantes de sua ação. Caberá ao processo psicanalítico auxiliá-lo na busca do que foi silenciado pela repressão dos desejos.
2. Como Michel Foucault concebe a idéia de verdade?
Ao contrário da tradição moderna, pela qual o saber antecede o poder, para ele, a verdade não se encontra separada do poder, antes é o poder que gera o saber. Propõe então o processo genealógico pelo qual busca descobrir como a verdade tem sido produzida no âmbito das relações de poder.
3. Explique a relação entre saber e poder estabelecida por Michel Foucault.
A mesma resposta da questão 2
4. Como Michel Foucault percebe a “sociedade disciplinar” e a “microfísica do poder”?
A extensão progressiva dos dispositivos de disciplina ao longo daqueles séculos, sua multiplicação no corpo social, define o que se pode chamar de “sociedade disciplinar”. Dessa forma, desenvolve-se uma “microfísica do poder”, porque, para Foucault, o poder não se exerce de um ponto central como o indivíduo, o grupo, a classe ou qualquer instância do Estado, mas está disseminado em uma rede de instituições disciplinares. São as próprias pessoas, nas suas relações recíprocas (pai, professor, vizinho, médico), que, baseando-se no discurso constituído, fazem o poder circular. Cabe à genealogia investigar como e por que esses discursos se formam, que poderes estão na origem deles, ou seja, como o poder produz o saber.
5. Analisando, na História da Filosofia, a passagem da consciência mítica à consciência filosófica, percebe-se um período caracterizado pela consciência trágica. Explique qual a finalidade das tragédias e dê um exemplo dessas histórias.
5. Analisando, na História da Filosofia, a passagem da consciência mítica à consciência filosófica, percebe-se um período caracterizado pela consciência trágica. Explique qual a finalidade das tragédias e dê um exemplo dessas histórias.
A tragédia consiste justamente em revelar a contradição entre determinismo e liberdade, na luta contra o destino levada a cabo pela pessoa que surge como ser de vontade.
Tomemos por exemplo a tragédia Édipo-Rei de Sófocles. Nela conta-se que Laio, senhor de Tebas, soube do oráculo que seu filho recém-nascido haveria de assassiná-lo, casando-se em seguida com a própria mãe. Laio antecipa-se ao destino e manda matar o filho, mas suas ordens não são cumpridas, e a criança cresce em lugar distante. Quando adulto, Édipo consulta o oráculo e, ao tomar conhecimento do destino que lhe fora reservado, foge da casa daqueles que supunha ser seus verdadeiros pais a fim de evitar o cumprimento do destino daquela sina. No caminho desentende-se com um estranho – e o mata. Esse desconhecido era, na verdade, seu pai. Entretanto em Tebas, Édipo se casa com Jocasta, viúva de Laio, ignorando ser ela sua mãe. E assim se cumpre o destino.
6. Qual é a concepção de virtude segundo Platão?
Convicção de que a virtude se identifica com a sabedoria e o vício com a ignorância: portanto, a virtude pode ser aprendida.
7. Explique a idéia de Bem segundo Platão.
“alcançar o bem” se relaciona com a capacidade de “compreender bem”. Só o filósofo atinge o nível mais alto de sabedoria, só a ele cabe a virtude maior da justiça e, portanto lhe é reservada a função de governar. Outras virtudes menores, mas também importantes para a cidade caberão aos soldados defensores da polis e aos trabalhadores comuns, artesãos e comerciantes.
8. Explique qual era a principal concepção de bem para os hedonistas.
Para os hedonistas (do grego hedoné, “prazer”), o bem se encontra no prazer.
9. Como Epicuro, filósofo hedonista grego concebe a idéia de bem?
Ao contrário do que se poderia supor, o principal representante do hedonismo grego, Epicuro (341 – 270 a. C.), considera os prazeres do corpo são causas de ansiedade e sofrimento. Para permanecer imperturbável, a alma precisa desprezar os prazeres materiais, o que leva Epicuro a privilegiar os prazeres espirituais, sobretudo os que dizem respeito à amizade.
10. A respeito do pensamento de Nietzsche:
a. Explique por que Nietzsche acredita que o homem tenha sido domesticado ao longo dos séculos?
Segundo Nietzsche, a tendência de desconfiança nos instintos culmina com o cristianismo, que acelera a “domesticação” do ser humano. Em diversas obras, como Sobre a genealogia da moral, Para além do bem e do mal e Crepúsculo dos Ídolos, em estilo apaixonado e mordaz, Nietzsche faz a análise histórica da moral e denuncia a incompatibilidade entre esta e a vida.
b. Por que, para Nietzsche, existe uma incompatibilidade entre a moral e a vida?
Sob o domínio da moral, o ser humano se enfraquece, tornando-se doentio e culpado. Nietzsche relembra a Grécia homérica, do tempo das epopéias e das tragédias, momento em que predominam os verdadeiros valores aristocráticos, quando a virtude reside na força e na potência, como atributo do guerreiro belo e bom, amado dos deuses. Nessa perspectiva, o inimigo não é mau: “Em Homero, tanto o grego quanto o troiano são bons. Não passa por mau aquele que nos inflige algum dano, mas aquele que é desprezível.
c. O que é, para Nietzsche, a “falsa” moral?
Nietzsche denuncia a falsa moral, “decadente”, “de rebanho”, “de escravos”, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo. Contrapõe a ela a moral “de senhores”, moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos fundamentais. A moral de senhores é positiva, porque baseada no sim à vida, e se configura sob o signo da plenitude, do acréscimo. Funda-se na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, conseqüência da afirmação da potência.
d. O que quer dizer Nietzsche, em sua “transvalorização de valores”, a transformação do forte no fraco, e por que ele não concorda com esta idéia?
7. Explique a idéia de Bem segundo Platão.
“alcançar o bem” se relaciona com a capacidade de “compreender bem”. Só o filósofo atinge o nível mais alto de sabedoria, só a ele cabe a virtude maior da justiça e, portanto lhe é reservada a função de governar. Outras virtudes menores, mas também importantes para a cidade caberão aos soldados defensores da polis e aos trabalhadores comuns, artesãos e comerciantes.
8. Explique qual era a principal concepção de bem para os hedonistas.
Para os hedonistas (do grego hedoné, “prazer”), o bem se encontra no prazer.
9. Como Epicuro, filósofo hedonista grego concebe a idéia de bem?
Ao contrário do que se poderia supor, o principal representante do hedonismo grego, Epicuro (341 – 270 a. C.), considera os prazeres do corpo são causas de ansiedade e sofrimento. Para permanecer imperturbável, a alma precisa desprezar os prazeres materiais, o que leva Epicuro a privilegiar os prazeres espirituais, sobretudo os que dizem respeito à amizade.
10. A respeito do pensamento de Nietzsche:
a. Explique por que Nietzsche acredita que o homem tenha sido domesticado ao longo dos séculos?
Segundo Nietzsche, a tendência de desconfiança nos instintos culmina com o cristianismo, que acelera a “domesticação” do ser humano. Em diversas obras, como Sobre a genealogia da moral, Para além do bem e do mal e Crepúsculo dos Ídolos, em estilo apaixonado e mordaz, Nietzsche faz a análise histórica da moral e denuncia a incompatibilidade entre esta e a vida.
b. Por que, para Nietzsche, existe uma incompatibilidade entre a moral e a vida?
Sob o domínio da moral, o ser humano se enfraquece, tornando-se doentio e culpado. Nietzsche relembra a Grécia homérica, do tempo das epopéias e das tragédias, momento em que predominam os verdadeiros valores aristocráticos, quando a virtude reside na força e na potência, como atributo do guerreiro belo e bom, amado dos deuses. Nessa perspectiva, o inimigo não é mau: “Em Homero, tanto o grego quanto o troiano são bons. Não passa por mau aquele que nos inflige algum dano, mas aquele que é desprezível.
c. O que é, para Nietzsche, a “falsa” moral?
Nietzsche denuncia a falsa moral, “decadente”, “de rebanho”, “de escravos”, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo. Contrapõe a ela a moral “de senhores”, moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos fundamentais. A moral de senhores é positiva, porque baseada no sim à vida, e se configura sob o signo da plenitude, do acréscimo. Funda-se na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, conseqüência da afirmação da potência.
d. O que quer dizer Nietzsche, em sua “transvalorização de valores”, a transformação do forte no fraco, e por que ele não concorda com esta idéia?
O indivíduo que consegue superar-se é o Super homem (Übermensch, expressão alemã que significa “além-do-homem”, “sobre-humano”, “que transpõe o pensamento socrático-platônico (que provoca a ruptura entre o trágico e o racional) e a tradição judaico-cristã, da qual derivara a moral dos escravos, moral decadente, porque baseada na tentativa de subjugação dos instintos pela razão. O homem-fera, animal de rapina, é transformado em animal doméstico ou cordeiro. A moral plebéia estabelece um sistema e juízos que considera o bem e o mal valores metafísicos transcendentes, isto é, independentes da situação concreta vivida.
11. A respeito do pensamento de Freud:
a. Em sua teoria psicanalista, o que é inconsciente para Freud?
As crenças racionalistas do poder de controlar os desejos e tornar-se o centro de suas próprias decisões foram seriamente abaladas pela teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939). Ao levantar a hipótese do inconsciente, Freud descobre o mundo oculto da vida das pulsões, dos desejos, da energia primária da sexualidade e agressividade, que se encontram na raiz de todos os comportamentos humanos, mesmo daqueles que à primeira vista não aparecem como sendo de natureza sexual.
b. Explique por que o pensamento de Freud leva a uma nova concepção de moral.
Não resta dúvida de que o amplo desenvolvimento da psicanálise levou a uma nova concepção de moral cada vez mais orientada na direção do sujeito concreto, com ênfase nos valores da vida e da espontaneidade, o que certamente ajudou na superação de preconceitos e comportamentos hipócritas, bem como na valorização do corpo e das paixões.
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